quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O pay-bang Vitorino e suas mulheres conhecem o "Baxinho": O "butim" nos Campos de Palmas (inspirado em documentos históricos)


14 de dezembro de 1852.

"Nem tudo era quebra pau, pelas andanças desse rincão, um nanico chega ao sertão dos Campos de Bituruna (Palmas) para realizar um butim (escambo, troca de especiarias por mão de obra e favores indígenas)"...

Tropeiro da lida, encargado em uma mula, esse pequeno homem trazia as chamadas especiarias vindas direto do Rio Grande, um rapazote fedendo salame mas que parecia embutido de uma "missão civilizadora".
Essas eram suas palavras, há alguns anos havia participado da catequese e do aldeamento de Nonohai (norte do Rio Grande), conheceu lá todos os caciques e todos os índios e principalmente índias, logo foi apelidado de "Gringo das bugra"...

Seu intento era descobrir o paradeiro de Vitorino Condá, esse por sua intenta logo foi flagrado no mato junto com duas índias esbeltas com lindos seios a mostra. Embaixo do pelego do cavalo, ao lado do estribo, ele foi tirando vestidos e mantas, ao mesmo tempo que foi se desvincilhando de sua guaiaca e se sentindo mais a vontade, baixando também sua minúscula bombacha, ficando só com um pequeno lenço que servia-lhe de zorba. Sua vontade era estar peladão peladão, já que todos que pelo lado do rio passavam e avistavam sua "vontade em pé".

Vontade essa que parecia pequena, mas não é o que se pode dizer internamente. Logo mãos e pernas se encontravam num pequeno capão em volta do rio, as mulheres terminaram suas carícias e logo entraram no rio se banhar, o Gringo se negou por não ser muito chegado nem nos chamados "banhos tchecos".

A visita foi rápida, logo após o banho as moças passaram um bom óleo natureba extraído de um cacete do mato pelo corpo e colocaram os vestidos que ganharam.

Assim caminhava a civilização dos Campos, mulheres já adornadas de panos feitos de cânhamo, embuchadas (grávidas) pelo prazer e pela sua inocência. Essa lenda corre as bocas e ouvidos do sudoeste paranaense até hoje, dizem que dali é feita as populações que habitariam aqueles Campos até o oeste de Baracão, daquele jeito de uma mescla da melhor origem da matriz Kaingang com os primeiros tropeiros que aportavam naqueles rincões.

Histórias como essas fizeram vários do mestiços que vivem em nossa região, descendentes de índios com o fator branco, elas possuem um lema um pouco machista e racista criado pelo véio Bauco de Laranjeiras (1945-1998): "Bugra do mato, se vende por ropa, se vende por carro".

Um comentário:

  1. Bah Pocaizão... Acredito que essa história continua se repetindo nas encostas de rio e nos barrancos do árido e gelado sudoeste do Paraná.

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