domingo, 10 de julho de 2011

Na madrugada dos bailões: O gringo Rebosteio - parte I (Personagens do Sertão

"E vai voltar aquele véio aqui, gringo gente boa, dando risada mas sempre com o bigode fedendo MERDA"
(Dono da Bodega falando do assuntado cidadão de Francisco Beltrão)


O que me atrai mesmo na História é que ela sempre se responsabiliza de colocar as coisas em seu devido lugar. No caso do SERTÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ não é diferente, muito além daonde Judas perdeu as botas, até os moradores chamam essas terras perto da fronteira com a Argentina de CU DE MUNDO.

Esse "orifício anal" do Paraná chamado também de região sudoeste também possui as suas Histórias. Enfim, pessoal, e foi ali que em 1947 fundou-se a Colônia Agrícola Nacional General Osório (CANGO), que logo empossou como um de seus primeiros presidentes um baita baguá véio que trabalhou para estabelecer as primeiras populações.

Bigode lustroso e comprido, bombacha e guaiaca, lenço azul no pescoço, seu nome a ética não me permite revelar, mas posso revelar seu apelido, todos aqui o chamavam de GRINGO REBOSTEIO, o governador do sertão das araucárias. As colônias que se formavam eram famintas e era esse véio suado, chucro e guapo ao mesmo tempo que se embrenhava nos matões para caçar tatus e lebres (seu tipo grosso mal-educado era o que tornava mais belo e romântico) . Entre a população, tinha os que eram famintos de mulheres, para tanto Rebosteio pegava umas índias a cachorro e tinha também os que eram meio "indecisos", para tanto Rebosteio pegava veados do mato e uns bugres "bem dos forte" que davam no coro.

Os Kaingang, Xetá, Xocleng que aqui residiam tinham o costume do banho diário, já os colonos melhor nem falar... E foram os índios que sofreram na pele as malvadezas do sertão, causadas pelo homem branco. A PEIDOREIRA era um dos piores castigos, esses eram empenhados em outro ramo, em outra parte da vida colonial além do trabalho no lazer chucro e cru d'OS BAILÕES DO REBOSTEIO.

O fudunço comia solto até a matina, rolava de tudo, pinga, vinho e claro uns tiros. Lá por volta de umas hora aparecia o Rebosteio, sempre depois da janta. Certa vez, comeu uma feijoada de porco-do-mato na casa do tal Bugre Nerso, curandeiro e espírita da região. Pintou no baile de botina branca que recém havia comprado na Bodega, seu bailar naquela noite era mirado por todos, ele achava que tava apavorando com as chinas, mas eles não o observavam por isso. Enquanto ele despontava de uma lado a outro do salão aquele porco parecia que remoia nas suas tripas parecia que o bicho tava vivo lá dentro, logo uma peidoreira dos diabo infestou o salão ferozmente.

Numa outra noite, Rebosteio achou que ia dar um peido no salão pensando: "Não vai dá nada". Se enganou de forma traiçoeira, nem no próprio cu podia confiar, sua ceroula afrouxou e pesou, mas o pior é que ele não percebeu nem foi capaz de ver que em suas botas sujas escorria a merda véia que tinha acabado de cagar.

Só deeepois sentiu o cheiro de sua
munição anal, entretanto ele não se ligou que o cheiro vinha dele. Resolveu sair pra fora do bailão, lá claaaaaaaaro que sentiu a fragância também, entrou pro baile sentiu o futum novamente e despinguelou correndo pra frente do baile interrompendo o conjunto que tocava um chamamé gritando:

-CAGARAM NO MUNDO, CAGARAM NO MUNDO, TCHÊ!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Filhos de gringos e o Roque Regional sendo pronunciado com dois 'R's na inicial


Vivemos e ouvimos o som do interior!

Ao som de um baita blues relatando a paz, o amor, desbravei a noite underground marrequense de Francisco Beltrão conversando com várias figuras como Beto, meu chará, os rockability do centro, os noturnos do Central Lanches, o Bodega do CTG, volto a cidade da Patrola Amarela ou do AMARELO PATROLA referenciar nomes que vão de JARDIM ELÉTRICO a RAINPLANK para agraciar o sudoeste que durante muito tempo foi esquecido pelas capitais e pelos grandes centros, nossa região é iluminada pelos postes das ruas do centro até a mais íngreme e distante periferia, nas luzes do candieiro de um caboclo tocando seu blues a lá Roberto Carlos, ou numa neta de gringos que queimou sua blusinha dos Rolling Stones com uma guimba de cigarro. Esse SERTÃO é ROCK N'ROLL.

Contestemos o poder, em favor da nossa união, ele nem existe!
A união de todos os nossos pólos é possível,
mas sobretudo será possível aos acordes das guitarras e entre nossa vida de interior!

E não vou paga direitos autorais pela foto nem pedir autorização: http://patobranco.net/1%C2%BA-podcast-o-rock-e-pato-branco/

sábado, 2 de julho de 2011

"O sertão é sangue": Publicação de artigo na Revista Terra Plural


O "sertão do Paraná" acabou de virar um termo geográfico, territorial e científico:

"Prezado autor....

Seu artigo "Sertão e civilização do Paraná: Análise do fator
...territorial na colonização dos Campos de Palmas" foi ACEITO para
publicação na Revista Terra Plural".

O chamado “sertão”, era considerado terra "despovoada" ou “infestada” de “bugres”. O discurso colonial sobre Palmas procurava 'civilizar' o sertão, colonizar esse território, utilizando estratégias das mais violentas e brutais contra as populações indígenas aqui presentes.

Os nativos que viviam naqueles campos deveriam se tornar escravos de algum grande fazendeiro que ali se instalaria e deveriam ser catequizados pela religião cristã, dogmática e estranha a seus costumes. Esse tipo de relação com os nativos previa uma transformação radical do espaço onde viviam, a mata de araucárias deveria ser derrubada para dar um lugar a uma plantação que servisse às demandas da colônia. agora eles seriam meros vassalos sustentando as demandas da Coroa, “protegidos” por leis que antes desconheciam. Começa por interesse do governo uma transformação do espaço que romperia com a mentalidade do “sertão” em favor de uma região pré-industrial idealizada na mente dos colonizadores.