quarta-feira, 29 de junho de 2011

O inverno, o vinho e o pecado no sertão do sudoeste do Paraná!


Os caras levavam as guria no pico e elas já pensavam:

"Fazer por trás não era 'pecado'. Não, nao rompe o himen".

Um psicólogo analisou o caso e falou na rede de TV do sudoeste do Paraná:
- É tanta piração acreditar nisso quanto afirmar veementemente que Maria morreu virgem. Se era ou não era pouco importa, ela foi massa, o filho dela foi massa e o José VÉIO foi corno do espírito santo. Família normal!

terça-feira, 28 de junho de 2011

A folha sudoestina em enquete nos matões!

Que tipo de informação é melhor?

1 - O sudoestino adequou-se ao inverno, a piazada do bairro Gralha Azul já tá descendo o barranco do campinho de papelão!

2 - A massa de ar frio enfraquece ao longo desta quarta-feira e o centro da mesma se desloca para o oceao Atlântico. Mesmo assim, nas áreas mais altas do Estado, como sul, centro e Campos Gerais, ainda pode ocorrer geadas. Sobre a Região Metropolitana o aumento da nebulosidade, impede a formação de geadas, contudo o frio ainda será intenso.

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Diretamente da periferia do Frango, a gótica Rombrusquela

Sexta-feira, 13 de Junho de 1991.

"Era meu último suspiro de fumaça naquele cemitério, após ter sido chamada de GORDA BLACK METAL me sentia muito mais a vontade com os mortos do que com os vivos. Esses machões que gostam de Katinguelê e Leandro de Leonardo tinham coragem de me apontar na rua e me xingar, mas duvido que sua macheza entraria nos lugares onde a minha mente habita".

Antes de uma suicida, a Gordinha Rombrusquela, chamada assim pelos colegas da sua sala do Ensino Médio, vivia, mas vivia de uma forma diferente das pessoas que adentravam a Padaria Doces Milagres onde fora apontada e acusada de praticar rituais satanistas simplesmente pela fraqueza daqueles que não a conseguiam ver além da cor da roupa que ela usava.

Cor da roupa, aliás, que nada indicava além do fato de que ela estava imunizada do colorido enganoso das vitrines, ou das patricinhas do colégio que subiam o pico da Sadia para fazer por trás, assim não perdiam a virgindade, chamadas no sertão de "putas virgens" já que tudo deixavam contanto que mantessem sua pureza. O cheiro fétido daquele sexo era imundo aos narizes dos cortadores de frango da Sadia, mas podia muito bem ser camuflado pela fragância de um perfume Ferrari paraguaio.

Maria Fernanda Bauer, descendente dos mesmos imigrantes que criaram a festa do porco a dois vizinhos, possuía uma vida normal, mas enxergava tudo a sua volta com distintos olhos, frequentou até o terceiro ano da catequese na Igreja Nossa Senhora do Rosário, entretanto foi expulsa pois disse que Jesus não era um italiano corado como parecia nas imagens do livrinhos de catequese. Sua verdadeira face era negra e magra.

Não queria ser admirada, nem seguida, nem sentia necessidade de atrair homens, até o momento ela pensava gostar de gurias. Mas isso não foi o suficiente para convencer Barbosinha de que ela deveria ser estuprada em cima da lápide onde estava parada refletindo enquanto fumava um Hollywood Mental - seu cigarro favorito. Após xingá-la, o playboy fincou sua Saveiro portão a dentro e pegou a menina à força enquanto ela desesperada gritava. A sociedade que tudo via, tudo julgava, se torna cega e incapaz de fazer algo para defender uma pessoa que era julgada a todo momento na rua. O cara foi inocentado.


Seis meses depois, Lady_Gothic (posterior nick no mIRC) conheceu um forasteiro chamado Celsinho da Paz, sotaque paraibano cabelos longos ondulados e esvoaçantes, camisa dos Rolling Stones e um cheiro forte de fumo que desembarcou na rodoviária após ter pego o ônibus errado e vir parar no sertão do Paraná. Chegando na praça foi abordado por dois "porcos fardados", assim chamados por ele, lhe questionando se ele possuía os 'tóchico' e antes mesmo dele responder já levou uma coronhada de revólver nos "quexo" caindo no chão e já sendo erguido por uma "bicuda" no saco. Sua mochila foi jogada no rio Dois Vizinhos, sua grana roubada e seus documentos foram queimados.

Lady conheceu-o sangrando pela testa, enquanto estava decidida a jogar uma pedra com uma corda no rio pra se suicidar - não ia dar certo pois o rio só "moiava os garrão", má tuuudo bem. Não sabia o que fazer, logo lambeu o ferimento que imediatamente estancou. Ambos decidiram 'vazar juntos pra fora dali',na calada da noite - que era sua amiga - furtaram uma CG 125 preta na Barbosinha Veículos Semi-Novos, a garagem do pai do Barbozinha e se meteram em direção a Francisco Beltrão, levavam poucos pertences materiais mas estavam convictos de construírem uma História com suas própria mãos.

Aquela moto reluzia no escuro da BR...
O sertão se iluminava, pois o que seria das sete cores do arco-íris se não fosse o lado negro da lua?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um lapso de memória familiar



Depois da diabaria da noite de ontem, precisamos matar nossos demônios, como matar demônios no sertão? Lembro do meu avô vétio xamânico, gringo curandor da city que recebia dezenas de pessoas em casa todo dia, ajudava as pessoas na cura desde frieiras, passando por amarelãos, até destroncava ossos dos loco que se boliavam a pau nos bailão. Minha falecida avó, Dona Paulina no sertão de Mariópolis, virou crente de saia até os calcanhar só pra provocar o véio que chegou a receber patente de coronel de 120 alqueires, lembro dos almoços em família, todo feriado rolava ela nos dava chocolates enquanto tentava exorcizar o gringo seu Carmelindo Bombonato...

O punk no sertão: Catarro - Crucificado pelo sistema

1991

Uma crise financeira assola o país, a revolta contida pelos caboclos e gringos da região se aflorou no semblante da juventude que surgia, uma nova geração nascida na fagutice da 'redemocratização' que se rebelava contra seu próprio berço ao som do ROCK PAULEIRA!

Foi naqueles vanerões de domingo a tarde que pintou um bicho véio estranho aos olhos que ali estavam, seu nome José Guilherme mas deram-lhe o apelido de Catarro. Morava num BNH, mais precisamente no Bairro Anchieta e já colecionava fitas K7 gravadas de bandas como RAMONES, SEX PISTOLS e THE CLASH do Punk underground dos Estados Unidos, Inglaterra até o dia que achou um disco de vinil dos Ratos de Porão.

Aí, a fúria doentia que se figurava em jaquetas de couro sujo compradas em brechós da Nega Véia perto do posto Guarani, em seus braceletes de espinhos, em sua orelha furada na Farmácia Brasil ou em seu moicano fajuto. Mas foi além quando se deparou com o sistema capitalista capitalista numa aula de História, decidiu aí descer as Escadaria dos Estudantes gritando FUCK THE SYSTEM!

Aos 16 descobriu uma galera que pensava parecido com ele, invadiam cemitério, fumavam cigarro nem que fosse paraguaio e a partir daí começou a ir mais extremamente no mundo da rebeldia, passou a beber pinga na esquina de um posto de gasolina. Mas não era um guri somente trash, certa vez sua mãe o mandou ir no antigo Tropical Especial quando se deparou com um punhado de playboyzinhos de Caloi 10 com bodoques atirando pedras nos passarinhos em bodoques comprados na Paraná Prrrástico, o muleque desceu o pau num deles enquanto os outros montavam nas bikes e "saíam vazado".

Um dia montou um carrinho de rolimã, descia aloprado as descidas do bairro e ia parar na BR-186 a 90 km/hora, desviando dos tiozinhos com terno de estopa e camisa varto mundo parava com aquele carrinho no barral de um potreiro do bairro Nova Esperança. Passou a gravar fitas K7 do Black Sabbath, The Doors, e a partir daí começou a comer as meninas mais estranhas da cidade, desde as mais roqueiras até as mais góticas, uma delas ele tirou o cabaço dentro do cemitério.

Entrou numa fase iluminada e começou a tocar sua gaita de boca na solidão dos bosques, entrou pruma banda até ir tocar num sarau num fudunço que rolava na Paróquia da Igreja, começaram tocando:

"Menstruada, menstruada,
mas mesmo assim eu vou traaansar"


Choveu cadeiradas no bailão que corria sorto e pra ninguém botá defeito, saindo da bailanta foram pegos pelos chamados "Neguinhos do Picomã" (um termo racista para designar o pessoal da Zona Sul), o pau correu solto no sertão como nos antigos bailes na fronteira. Pegaram uma piazada portando baseado, ninguém nunca mais os viu, enquanto uns broders de Catarro com feição de caboclos jogavam pedras de calçamento numa das únicas viaturas cidade... A rebeldia daqueles que mais foram prejudicados pelo sistema se revelava no estilhaçar de vidros do carro dos "porcos".

Dos punks todos esperavam os piores fiascos, ao lado de um poste Bolinha, uma guria punk gordinha e feia que ninguém queria comer mijava de bêbada sem parar se espirrando pelas pernas, batizada na Igreja, estudava no Colégio Nossa Senhora das Graças, o pai dizimista, a mãe participava de todas as novenas do bairro, dela ninguém esperava nada... Depois do belo sertão ter tido suas araucárias devastados, os índios tomando cachaça na rodoviária, as mortes nas brigas entre famílias.. depois de tudo isso, aquele mijo representava uma nova geração muito além dos gaudérios, um mijo tão sincero, tão consolador, tão PUNK.

domingo, 19 de junho de 2011

O sertão se ilumina (Uma homenagem a João Lopes)

Fim dos 1970', Início dos 1980', Era de Aquarius...

Um gente boa com Luiz Melodia e João Lopes (anos 1980)
Era uma época de grandes bailes ao ar livre, quando surgiu um concurso de conjuntos chamado  FESTIVAL DO MATAGAL. Lá pintou um 'gadeiudo' com uma viola e uma gaita de boca que ia se fincando com os pés nas grimpas caídas no chão, mal sabiam naquelas bandas do seu passado...

E naquele sertão colonizado por "bugres" (Kaingang, Xetá e Guarani) e gringos, virado em pragas, mortes e tristeza, brotou uma rosa jogada direto do coração de um violeiro destemido uns diziam que o cabeludo era porque tava meio fugido de outros lados, outros diziam que era um tal guerrilheiro fugido das 'ditadura'... Não era viado, porque "home que é home" não fica de costas pra ditaDURA, ele aqui chegou encarando de frente, malandro que nem gato do norte, virado em cabelo e sua barba torcida e se embrenhando no capoeirão dando tiro pra tudo os lado. Suas balas eram notas musicais que batiam no peito de todos em formato de paz e amor!

Só que sua luta era diferente, não era sanguinária, nem violento e...

...a rebeldia dos cabeludos se findou quando viram as belezas da natureza e as literaturas de desobediência civil, fizeram meditação, uns companheiros fumavam o tal "fumo estranho" e só falavam de paz e amor, nunca havia ouvido aquelas palavras no sertão, desenssacou e dedilhou uma baita viola juntamente dum gaiteiro... 

Numa matinê de domingo, casais dançavam xote, bugio, forró e até rolou uns negros, polacos e bugres se boliando numa capoeira, maridos abraçavam suas esposas pensando em chegar em casa e ficar na rede olhando a lua cheia depois, olhando nos seus olhos com o intuito de lhes apenas dar prazer. O padre, o bodegueiro, o delegado, todos lá estavam entre mães e seus filhos que brincavam sob a sombra das araucárias... Essas que não mais viam o derramamento do sangue dos inocentes, nem sequer o julgo daquele tal 'capitalismo' que produzira anos antes brigas de foice, facão, ou facadas no bucho... 

Para aquele "gurizote baguá" como chamaram só bastava falar de amor "falar de guerras eu não gosto não". Virou a página do sertão sangrento junto a outros e fez florescer o SERTÃO ILUMINADO.

Dizia o poeta na nova era, seu amigo da sociedade alternativa:

"Somos adeptos dessa lei,
uma lei que nem é desse mundo, ho, ho,
uma lei pra você e pra mim,
me abrace e exerça a lei do amor"

Suas notas se encontraram com palavras bonitas e na voz de Ivo e nas guitarras distorcidas e psicodélicas do sertão! Todas entonadas num belo acorde o fizeram vencer um festival em Curita, capital do Paranazão véio, onde seus versos produziram em seus olhos uma única lágrima chamada saudade:

"Eu não sou gato de Ipanema
Sou bicho do Paraná (...)
Quero voltar pra minha terra
Pro SERTÃO do Paraná"

"Sartou" pra outras bandas com sua companheira de cama, mesa, banho e palco, mas um dia esse bicho volta...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bailão da minha terra

Aqui é sertão,
geada no lombo,
pé na grimpa,
sangue no zóio,
soco na gaita,
vulcão do sexo.

Pulamô a cerca,
entramo no baile de fianco,
ficamo borracho (bêbado),
logramo o bodeguero,
dançamo cuma chinoca gorda,
pisô no meus garrão
e saímo de lá esgualepado.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Sertão no DOMINGO NO PARQUE!

Vai rolar um baita sarau sobre o http://sertaosangrento.blogspot.com/ , graúdo de informações, guapo na lida e bágua na prosa... Contos, poesias e música!

Vamô se boliá, apareça, senão vô te pranchá de facão!

Um abraço e até mais ver bugre véio!