sábado, 26 de março de 2011

"Não sei o que era, só sei que era pau" - Um relato gringo sobre a vida sexual de Rincão Torcido

Tenho me permitido a contar os causos nesse blog de maneira chula, ainda mais quando o que está em discussão é a realidade. Lá vai uma perto do trevo de Clevelândia, o ano era lá por 1994, onde uma véiarada assistia o jogo do Brasil durante a Copa do Mundo...

Não haviam mercados praquelas bandas, nem sequer mercearias... Um açougue de campana se formou na adega do Vétcho Rui. Não tinha ninguém mais gente fina que aquele véio naquela região, e ninguém mais chulo também... O açougue na verdade, era no seu porão de chão batido, salames dependurados, queijos secando, vortimeia rolava uns fudunço naquela bodega. Certa feita rolava o jogo do Brasil. Seu Afonso que parecia ter acabado de sair de um porão de navio italiano gritava "vai Bianco, vai Bianco" (se referindo ao lateral Branco do Brasil, o time foi apelidado naquela feita de seleção pardal amarelo), o jogo não lembro qual era. Além dele estavam lá o delegado de Rincão na companha do vétio Arbrosino e seu neto, um italianinho meio quarto que quando pedia a idade fazia um 8 cas duas mão.

Rui, orgulhoso que era um gordo de camisa nova, contava pra ambos que seu funcionário, o peão Cascão caboco negrote que ficava cuidando dos vinho lá pra trás (tinha que ser ele, porque o véio suava demais lá pra dentro, daí já viu o catingão) tinha perdido o cabaço e não foi do "toba". Era macho o piá, tinha sido criado cos bugre e não havia aprendido o que era mulher, já que todas as meninas perto do potreiro que morava, incluindo suas duas irmãs foram "pegas a cachorro"(1) por dois fazendeiros de Clevelândia quando fizeram uns tar de desbravamento. Rui olhava pro piazinho e sem nenhum pudor contava a história pelo peão, também aquele lá nao tinha boca pra nada, ficava só esmagando as uva nos tónel de vinho(2).

Enfim, Rui finalizou com uma prosa da vez que foi na Drinks (atual Paladium) em Pato Branco, na época os quartos eram todos de madeira. "Peguei a muié paguei 15 cruzero e soquei a porva". E o véio Ambrosino, italiano que só questionou a feita: "má e comeu o que", Rui logo respondeu: "máááá home, vô sabê se era toba se era xana eu sei que era pau e pau e pau".

Na verdade existia nessa boate um travesti chamado Walesca, daí já viu né?!




1 - Vários avós do sudoeste contam a História de que suas mulheres índias e caboclas foram pegas a cachorro, era realizada uma verdadeira caça no meio do mato, muitas vezes a família tinha os membros masculinos mortos e śo sobravam mulheres para serem violentadas e desfrutadas pelos fazendeiros "conquitadores". O silêncio sobre essa História se interrompeu quando recolhi o relato de um alemão perto do Bairro Planalto, ele contou que seu irmão havia deixado amarrada uma "bugra" durante dois anos dentro de um paiol, "a guria de lindos cabelos negros caídos a colo possuía uma queimadura em brasa na perna", essa foi a confissão.

2 - uma mulher disse preferir que Rui com sua fétida carcaça e sua camisa amarelada no peito esmagasse as uva. Ela prometeu parar de comprar os mantimento dali e começar a pegar com os ciganos que passavam numa estrada de chão atrás do morro do gambá. Rui respondeu: "então pegue e limpe o pé dos carcanhá até os dedão ou melhor pegue e enfie no toba as tuas terra, pois teu marido robo do pai dele a troca de duas perna de salame e uma borça de milho". No otro raiar de sol, Rui foi fuzilado por um jagunço vindo de Abelardo Luz, a mando do coronel marido daquela mulher apelidada de "Gringa azeda".

sexta-feira, 18 de março de 2011

Uma vila chamada Rasga Diabo – contos das quebradas do sertão


Essa série desvenda o além da colonização e da caboclização, um microscópio social e literário sobre a vida nas periferias do sertão do sudoeste. Economia, política, costumes, tradições, trocas simbólicas... Ali não tem água encanada, mas tem pinga em qualquer esquina, enquanto do outro lado da rua o pastor grita pra expulsar os demônios que se manifestam num despacho de sexta-feira santa. Isso quando tem galinha pra usar na oferenda, às vezes precisam usar um tablete de caldo Knorr pra fazer macumba.


Tráfico não somente de pedras de crack, mas também de valores, ou você é mano ou é cagueta. O papo é reto, não tem burocracia nem enrolação das autoridades lá pra baixo da Avenida Tupi. Valetas, bodegas e guaipecas latindo, o chão batido da casa da benzedeira é sagrado. Ali não existem gatos de Ipanema, só bichos grilos que atravessam por drento do rio Ligeiro pra chegar no centro, playboy do Pinheiros não tem vez, se vem aqui pra buscar pó acaba se viciando no veneno da lata e virando lobisome. No mercadinho do Gringo “fiado só amanhã”. Rádio AM jorrando sangue lá pelas 7 da matina enquanto o seu Genésio pega o Alvorada-São Roque pra ir trampar na Atlas. O radialista contava de um tiroteiro que rolou no Pantulhos Bar, na verdade, lá só foi quebrada uma garrafa de Kilsen Beer.


No centro da cidade, ninguém sabe aonde exatamente é esse tal de Rasga Diabo, mas o que ninguém vê pelo zóios se ouve pelos zouvidos... Mas lá as crianças pouparam o gritedo alucinante durante um dia da escola pra escutar sua própria História.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O nosso fenômeno

14/03/1976

Era uma vez um rochonchudo gurizote que jogava nos banhados do Inter. Logo na disputa com seu rival Palmeira, no InterPal. Toiço na banheira pisou no cadalço desamarrado e tropicou afundando com seu peso o pé do zagueira Anaconda na pequena área, a bola cruzada por Cabacinho bateu em sua cabeça morta no chão. O narrador Badielo, garganta labiosa do sudoeste, narrou um gol de peixinho de Toiço ao vivo para todo sudoeste.
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Na foto de Rudi Bodanese, o estádio do Internacional, alto da rua Ararigbóia. À esquerda vê-se a Ginásio Patão em construção. Ano provável, 1979.

Leia mais em: http://www.patonauta.org/2011/01/alto-da-colina-historica.html#ixzz1FVOtpCj3

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Por este estádio, lideres e pato-branquenses apaixonados por futebol,deram suas energias e marcaram suas vidas. Como para citar algumas, famílias Cantu, Palaoro, Merlin, Gomes da Silva, Cardoso, e muitas outras...

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