sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A lenda de Ari Pistola - Parte I


 por Robson Pereira

caboclo conhecido por tirar pra lóke
os muléque baitola, se fincô em diversas
aventuras pelo sertão do Paraná
Nós, dessas bandas do sertão paranaense, em geral quando nos referimos a algo que é antigo, ultrapassado, ou apenas muito velho, frequentemente dizemos que é “do tempo do Ari Pistola”. Porém a origem desse misterioso personagem ninguém conhece ao certo. Através de alguns relatos, causos em rodas de chimarrão, fofocas das comadres, histórias de nossos antepassados, conseguimos encontrar indícios de que talvez Ari pistola tenha de fato passado por Pato Branco.

Um andarilho perdido nas estadas empoeiradas do sudoeste paranaense, assim Ari Pistola era visto pelas redondezas. Um “Cowboy fora- da -lei” vivendo em um “Faroeste Caboclo”. Um sujeito magro, quarenta e poucos anos de idade, usava um vasto bigode que de longe parecia uma raposa.

Lá pelas capoeiras de Clevelândia, Ari, como era chamado por seus velhos amigos de empreitada, vivia baleado, por cachaça e por pólvora. Andava mancando devido a um balaço que tomara na perna esquerda, durante uma briga em um velório. Nunca se separava de sua pistola que pendurava no cinto. Trajava roupas velhas e sujas devido aos sofridos trabalhos na roça. Não se considerava um agricultor pois apenas fazia umas empreitadas para comprar munição para a pistola, cachaça pra carcaça e presentes para Carminda, uma moça com quem dava umas “macaquiada” de vez em quando. Carminda morava em Mariópolis, então Ari se sumia para aquelas bandas no fim de semana.

Ari um verdadeiro pistoleiro, “apagava” somente quem merecia, era pobre mas tinha dignidade. Vivia envolvido em brigas nas bodegas da cidade onde nenhuma lei imperava. Seu grande amigo bastião, companheiro de roçadas, lhe vendera a pistola, pela qual Ari tinha tanto zelo, os dois sempre estavam tomando uma cuia de chimarrão em baixo das árvores depois do trabalho. Há boatos de que certa vez Ari e Bastião envolveram-se em uma briga na bodega do velho Vardivino e os dois sozinhos deixaram 2 sem os dentes e 5 baleados, os sujeitos perderam no jogo de baralho e se recusaram a pagar, então Ari e bastião tomaram as devidas providencias. Bastião resolveu ir embora para Santa Catarina, fizeram a última empreitada, roçaram um grande terreno cheio de inço, repartiram 1000 cruzeiros pra cada e cada um seguiu seu rumo, depois é claro do último trago de cachaça quente. Ari Pistola comprou um cavalo velho, se despediu de Carminda e disse que procuraria trabalho em uma Cidade vizinha com nome de Pato Branco.
Ao chegar naquele modesto vilarejo, Ari olhou pra todo lado mas não achou nem um lago muito menos patos, não entendeu nada, Pato Branco???. Só se via mato pra todo lado, Ari acabara de chegar na cidade passando por um trecho onde alguns anos mais tarde seria chamado de “Rasga Diabo”. Desceu um morro dos infernos e encontrou finalmente a civilização. 

Amarrou o cavalo em uma árvore perto do bar e foi entrando. Ao passar pela porta já viu 3 jagunços que o encararam, estes indivíduos eram contratados pela CITLA - Clevelandia Industrial Territorial Ltda - companhia metida a grilar terras dos colonos. Antes de Ari pedir um trago, um deles mandou ele se retirar dizendo que lugar de vadio era carpindo lote. Ari que não levava desaforo pra casa pegou a pistola e baleou o falastrão na testa e pra garantir o bem estar de sua integridade física aproveitou o embalo e mandou pro inferno os outros dois também.

Ari pistola ficara acampado em uma pensão muito conhecida na região, Pensão da Dona Etervina, uma viúva que alugava os quartos do velho casarão para forasteiros e trabalhadores da região. Diziam as más línguas que a tapera era mal assombrada, havia relatos de que na madrugada eram visto vultos no andar superior do estabelecimento. Ari era destemido, mas não descartava a hipótese de haver algo estranho na casa. Depois de algumas horas já estava em seus aposentos descansando, era madrugada, Ari ouviu barulhos estranhos no corredor, resolveu pular do beliche e averiguar o local. Ari pistola abriu a porta, que por sinal era muito velha, fez um barulho estridente devido à ferrugem nas dobradiças. 
 Um velho homem, careca, andava vagarosamente pelo corredor segurando um lampião, já tinha passado pelo quarto onde se encontrava Ari, o velho desceu as escadas em direção ao primeiro andar. Ari pistola resolveu voltar ao descanso, pois amanhã iria em busca de uma roçada pra fazer. Na manhã seguinte Ari tomava seu café preto e fumava seu paieiro e questionou Dona Etervina a respeito do velho que avistara no corredor, Ari ficara espantado quando a velha lhe disse que ele era o único hóspede no hotel, Ari logo falou as caracteristicas do sujeito misterioso. Etervina ficou assustada pois Ari descrevera um idoso que ano passado havia se enforcado no quarto dos fundos do segundo andar. Sem pensar duas vezes Ari subiu as escadas com rapidez, em menos de 15 minutos já estava na estrada com suas trouxas amarradas ao cavalo velho, caiu na estrada para procurar serviço.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Desenvolvimento sustentável

Depois de derramarem sangue indígena e desmatarem grandes hectares de terra, as grandes corporações vem a público falsificar seus interesses, afirmando que possuem caráter de responsabilidade social e sustentável. Na realidade, o desenvolvimento sustentável não interessa a eles, muito menos às atividades produtoras de soja, que consomem toneladas de agrotóxico agredindo a terra, nem mesmo aos produtores de carne, que praticam a desenfreada matança de animais pautada na poluição dos rios e no uso de grandes extensões de terra que poderiam ser fonte de renda de muitas famílias.

Esses grupos dominantes procuram estabilizar suas relações e seu poder em torno de práticas ultrapassadas, mas que ainda oferecem horizonte verossímil de ganhos econômicos. Essas coalizões são abaladas não tanto pela perspectiva de catástrofe apocalíptica, mas pela demonstração da viabilidade de alternativas que têm sempre uma dimensão político-cultural e não apenas puramente mercadológica. São abaladas pelo sorriso do colono que vive da agricultura familiar, pelo remanescente indígena que vive da subsistência e pelo ascentado consciente politicamente que não se rende aos interesses do capital.

(inspirado em Ricardo Abromovay, estudioso do sertão do Paraná)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

SertãoNew: Grampo telefônico, deu boi na linha na pesquisa eleitoral e METAL MASSACRE

13 de setembro de 2012

Soco no palanque do Alceni Guerra

A Curuíra assombrô o Castro Alves

O Nego Beto pulô cas parcela

Bublitz fico na cuida da Video Locadora

Márcio Loko trepou na carroceria do Viganó

Se estrupiaram na cerca do arrumador de osso

Molhou o café na roupa do Gordines do Premem

O ÁÁÁÁÁ zuo na quebrada forte

quem sabe faz ao vivo no Rasga Diabo

Voadora no sovaco do Caxuxa

O Polaco Chave jogô os bet's, cruzou os tacos e contou até 10
 
O Réc pulou de bico na piscina Olímpica do Grêmio, tomô gancho

O daLuz saiu de zorba no Ruzza

O frei Nerso deu um cavalo de pau com uma Fiorino

O Véio Lorpa vomitô na geada porque caíram os butiá do bolso


O dono da imobiliária bigodudo gosta de gozá ca pica dos otros

Fincaram um estilete no peito do Tchumpá, ficamo sem o "paratinapara" no Posto Tigrão, pelegada de luto


O Xuxinha apareceu de Opala que nem malandro de barraca...


Todo mundo tá ligado,
eles pagaram o Sadã de Salto do Lontra pra assombrá com o facão e fincaram por cima o Chuleta de Magueirinha defender eles no Repórter Cidadão, mas somente a loucura é colorida, somente a periferia é verdadeira e somente o amor é uma lei.

_____

Em pesquisa feita pela SertaõPESQUISAS descobrimos que 70% da população que ganhou gasolina e meteu placa na frente de casa pra ganhar os troco vão votar em pelego. A teoria dessa margem que quer o continuísmo por mais 4 anos se pauta no repartimento da corrupção, ou seja, essa parte da população tem tesão em participar dos desvios de verbas públicos. Preferem socar a Parati rebaixada de combustível do que ter um hospital pra serem atentidos.


[esse post não tem por intenção ofender nenhum morador humilde, burguês ou comum de Pato Branco, pelo contrário, alguns são bacharéis, diplomatas da Cultura Popular e outros são só pelegos que só pensam no poder. As palavras de baixo calão como "gozar ca pica dos otros", pertencem ao discurso no formato real como chegaram ao meu ouvido, tirá-las do texto deturpa todo seu sentido]


_____



Lançamento da Obra: NOS BASTIDORES DO PROLETARIADO dum tal de pelego Roberto Pocai na SEMANA LITERÁRIA DO SESC

13/09 (Quinta-feira) às 21h

Muito além dos grandes homens estampados em praças e avenidas, uma História escrita pelas mãos calejadas dos trabalhadores. Paraná, final do século XIX, ao leito de seu entroncamento ferroviário se erguem grandes fábricas. O estado cresce, o imigrante aparece, a vila operár

ia se ergue e toda vida dos trabalhadores girava em torno do mundo urbano. Ainda assim, nem tudo era uma contemplação da vida industrial do mundo urbano, no início do século XX as vozes dos operários se comungam nas organizações operários, ocorrem as primeiras greves, aparecem os primeiros líderes das revoltas contra a exploração dos proletários princesinos. Em resposta a isso, a elite se inflitra entre as associações operárias afim de construir uma imagem "civilizada" do trabalhador, entretanto, esse projeto por diversas vezes se deparou com o mundo político dos operários que resistiam ao seu avanço. Uma obra que vai além das paredes das fábricas, mostra a rua, a casa, o trabalho, todo universo da vida de homens e mulheres que construíram o estado do Paraná.

_____

https://fbcdn-profile-a.akamaihd.net/hprofile-ak-ash4/373197_388624364538094_159647323_n.jpgÉ esse fim de semana, o maior degladeio do sertão do Paraná: METAL MASSACRE IV!!! Grandioso baile no recanto Jurerê com dois dias de pau torando violentamente com uma montuera de bandas que os gringos se peidam tudo pra falar os nome, sangue no zóio, soco na gaita, vamo se fincá pro DEGLADEIO DE FERRO EM BRASA, vai ser de perdê os butiá do borço.

Ingressos a venda no ARMAZÉM DO ROCK, HOT LINE e com os pelego que tão organizando.

Ônibus saindo da Paróquia São Cristovão passando pelo trevo da Patrolinha e pela Fazenda da Barra.

Todos já confirmados:
-São Pedro de Alcântara COLA NA GRANDE!
-São João Baptista COLA NA GRANDE!
-Nova Colônia COLA NA GRANDE! (Mariópolis)
-Jacutinga COLA NA GRANDE! (Beltrão)
-Nossa Senhora da Salete COLA NA GRANDE! (Renascença)


entre outros churriu, que como diria o Morangão, vão se fincá na grade que nem potrô nos palanque do potrêro!