segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O caminho das pedras no Sertão do Paraná


Sob a luz da lua mesmo com sol claro, no asfalto quente ou nesse caminho das pedras, pra fugir da chuva e ver o olho do céu se abrir, adubando o solo com o que está morto pra ver o que é vivo nascer. Lembro o quanto acreditávamos ser obrigados a viver em cemitérios, entre pessoas mortas que querem nos corroer com sua ferrugem e as mentiras que inventam... Corria contra o tempo, agora estou a favor dele, agora sonho com histórias de gnomos e pescadores sem cabeça em volta de um fogão de lenha, abri um orifício além daquela cela de prédios e construções, agora vago entre caminhões me jogando fumaça e imensas colheitadeiras me atirando barro no rosto, desviando galizés, porcos chucros e cavalos selvagens na estrada. Sou o equilíbrio e a força que guiam meus olhos como um farol no infinito das rodovias. Sei que a morte continuará me perseguindo mas estou dois passos a frente dela!
(Itapejara d'Oeste, caminho das pedras, 16 de outubro de 2011).

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