terça-feira, 18 de setembro de 2012

Desenvolvimento sustentável

Depois de derramarem sangue indígena e desmatarem grandes hectares de terra, as grandes corporações vem a público falsificar seus interesses, afirmando que possuem caráter de responsabilidade social e sustentável. Na realidade, o desenvolvimento sustentável não interessa a eles, muito menos às atividades produtoras de soja, que consomem toneladas de agrotóxico agredindo a terra, nem mesmo aos produtores de carne, que praticam a desenfreada matança de animais pautada na poluição dos rios e no uso de grandes extensões de terra que poderiam ser fonte de renda de muitas famílias.

Esses grupos dominantes procuram estabilizar suas relações e seu poder em torno de práticas ultrapassadas, mas que ainda oferecem horizonte verossímil de ganhos econômicos. Essas coalizões são abaladas não tanto pela perspectiva de catástrofe apocalíptica, mas pela demonstração da viabilidade de alternativas que têm sempre uma dimensão político-cultural e não apenas puramente mercadológica. São abaladas pelo sorriso do colono que vive da agricultura familiar, pelo remanescente indígena que vive da subsistência e pelo ascentado consciente politicamente que não se rende aos interesses do capital.

(inspirado em Ricardo Abromovay, estudioso do sertão do Paraná)

Um comentário:

  1. "O que vamos dar para nossas crianças: alimento orgânico ou uma dose diária aceitável?" Questiona Sebastiao Pinheiro. Boa resposta da o Zizek na sua ecologia radical, com humor extremamente acido e ironia pesada ele sequer remonta aa questao da soberania alimentar, mas derroca sua ideologia em absoluto.

    Viva a agricultura familiar, viva os colono, porcoziuna!

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