A semente não se encerra num fruto gera espécies gminospermas como a pinacaes e a araucariaceaes ainda é base da alimentação de vários povos do Paraná véio. |
Guarapuava, 02 de maio de 2012
Rodando com a velha Intruderzinha 125 pelos matões da Serra da Esperança, cruzando cachoeiras e araucárias centenárias, trombei diversos caboclos do mato na beira da estrada vendendo pinhão.
O que me surpreendeu não foi a simpatia dos vendedores, nem sequer seu empenho em garantir o pão de cada dia, mas sim o preço da semente que em alguns pontos já chega a R$ 4,00 o kilo. O bicho tá pegando.
E não é somente os caboclos de Guarapuava, mas também os Kaingang de Mangueirinha, os gringos de Coronel Vivida, os polacos de Prudentópolis, os "ucraínos" de Irati e a alemãozada de Candói. |
A razão para tal preço exorbitante não se encontra numa suposta "ganância" dos vendendores, mas sim nos altos impostos cobrados sobre eles. "Nóis já temo que pagá muita coisa, é investimento nas propriedade, financiamento de máquina agrícola, conta de água, luz e outras diabarias que o governo finca no nosso rabo, ainda temo que pagá uma licença para ocupá temporariamente as beiras das rodovias mesmo que a gente tente ganhá o pão de cada dia, é uma facada no bucho home do céu" disse seu Jão, caboclo vendedor de pinhão há 20 anos.
Ainda lembrou das invernadas quando o velho chão do sertão era manchado pelo vermelho da pinhãozada. A semente proporcionada pelas mãos da Mãe-Natureza era base da alimentação dos moradores da região, desde os índios até os gringos, todos metiam o "pinhão véio" na chapa ou cozinhavam-nos em panelonas de barro.
Hoje a fartura não é tanta, já que 80% da mata nativa foi violentamente derrubada na região, a semente que gerou a árvore da vida no sertão hoje já não tem tanta oferta e a tendência é que o preço aumente ainda mais, fincando a faca nos loco ainda mais.
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Enquanto isso em Belo Monte...
Tá afim de trocar isso por um muro de concreto? |
Acordei dum pesadelo,
e vi que Belo Monte é aqui,
pisaram as flores com desprezo,
o capitalismo com ganância sorri,
Pro capital fica agora uma resposta,
É Bosi, É Carletto, é Ruzza, é Carcará,
Queremos o verde, não queremos essa bosta ($$),
Sou a araucária que grita: a resposta é RESISTÊNCIA JÁ!
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SALVEMOS O CARLETTO!!
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