terça-feira, 22 de maio de 2012

Sertão news: Inflação do pinhão no sertão, Belo Monte de BOSTA e outros bichos mais

A semente não se encerra num fruto
gera espécies gminospermas como a
pinacaes e a araucariaceaes
ainda é base da alimentação de vários
povos do Paraná véio.
sertão news

Guarapuava, 02 de maio de 2012

Rodando com a velha Intruderzinha 125 pelos matões da Serra da Esperança, cruzando cachoeiras e araucárias centenárias, trombei diversos caboclos do mato na beira da estrada vendendo pinhão.

O que me surpreendeu não foi a simpatia dos vendedores, nem sequer seu empenho em garantir o pão de cada dia, mas sim o preço da semente que em alguns pontos já chega a R$ 4,00 o kilo. O bicho tá pegando.

E não é somente os caboclos de Guarapuava, mas também os Kaingang de Mangueirinha, os gringos de Coronel Vivida, os polacos de Prudentópolis, os "ucraínos" de Irati e a alemãozada de Candói.


A razão para tal preço exorbitante não se encontra numa suposta "ganância" dos vendendores, mas sim nos altos impostos cobrados sobre eles. "Nóis já temo que pagá muita coisa, é investimento nas propriedade, financiamento de máquina agrícola, conta de água, luz e outras diabarias que o governo finca no nosso rabo, ainda temo que pagá uma licença para ocupá temporariamente as beiras das rodovias mesmo que a gente tente ganhá o pão de cada dia, é uma facada no bucho home do céu" disse seu Jão, caboclo vendedor de pinhão há 20 anos.

Ainda lembrou das invernadas quando o velho chão do sertão era manchado pelo vermelho da pinhãozada. A semente proporcionada pelas mãos da Mãe-Natureza era base da alimentação dos moradores da região, desde os índios até os gringos, todos metiam o "pinhão véio" na chapa ou cozinhavam-nos em panelonas de barro.

Hoje a fartura não é tanta, já que 80% da mata nativa foi violentamente derrubada na região, a semente que gerou a árvore da vida no sertão hoje já não tem tanta oferta e a tendência é que o preço aumente ainda mais, fincando a faca nos loco ainda mais.

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 Enquanto isso em Belo Monte...


Muito além do tempos atuais de consumismo e perda dos valores, devemos
abrir nossos ouvidos ao silêncio das matas, tentando abrir os olhos e ver os povos que dela retiram sua sobrevivência. Além de suas atividades econômicas devemos nos sensibilizar para sua visão de mundo, sua política, sua cultura, modos de enxergar a vida que são próprios deles. Essa sensibilidade deve ir além, sejamos capazes de reconhecer que apenas sua permanência nesses lugares possibilita preservação do eco-sistema em seu redor. Façamos isso, não por nós, mas por nossas crianças e lembremos que uma longa caminhada começa com um simples primeiro passo.



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Tá afim de trocar isso por um
muro de concreto?
Utopia do Vale do Chopim

Acordei dum pesadelo,
e vi que Belo Monte é aqui,
pisaram as flores com desprezo,

o capitalismo com ganância sorri,

Pro capital fica agora uma resposta,
É Bosi, É Carletto, é Ruzza, é Carcará, 
Queremos o verde, não queremos essa bosta ($$),
Sou a araucária que grita: a resposta é RESISTÊNCIA JÁ!

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