As décadas
de 40, 50 e 60 foram os grandes ciclos da madeira no sudoeste do Paraná, e em
Pato Branco não foi diferente.
Segundo Roberto Pocai: "nessa época o pau torava, mááá torava mesmo, é frequente vermos fotos da gurizada de antigamente posando em volta de árvores milenares derrubadas". |
As
serrarias serravam principalmente o pinheiro (araucária), as madeiras chamadas
de madeiras de lei, sendo cedro vermelho e branco, Angico, Guajivira, Cabriúva,
Canafrista, Embuia ( na região de Palmas e Mangueirinha), canela guaica e
canela preta, soita cavalo, cambuatá e outras.
Em Pato Branco nessa época havia
mais ou menos 114 serrarias e laminadoras, no centro e na periferia, no local
aonde hoje se localiza o super mercado Center centro, ficava uma grande empresa
madereira, chamada Madereira e Serraria Pato Branco.
Havia ainda
as serrarias dos Bertol, Viganó, Chioqueta, Piassa, Ruaro, Viecilli,Decol,Triques,Martineiro,Mesaroba,Vinhaski,Tirloni,Bonato,Ferrarini,Gulgemin,Fiorentin,Parzianelo,Geron
e muitas outras, também existia muitas laminadoras.
Nessa época era o grande ciclo da madeira que se vivia aqui em
Pato Branco, esta madeira era transportada e vendida nos grandes centros do
País, por exemplo São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba .Muitas empresas de
transporte foram formadas aqui, assim como um grande numero de caminhoneiros
autônomos foram se formando para fazerem o transporte.
Dentre
estes caminhoneiros podemos citar os nomes de , Euclides Fraron, Primo Lavarda,
Fermino Vieira, Fiorelo Montemezzo, Chico Montemezzo, Avelino Chioqueta,
Carlinhos Caldart, Luiz Piva,Onofre Piva,Aldo Valentin Pastro, Arlindo e Lauri
Manfroi, Juvenil Montenezzo, Eugenio Scalabrim, Adelar Guerro, Irineu Manfroi,
Danilo Cauton, Fibrino Fabiani, Nelson J. Geron e seus irmãos.
Muitos
outros caminhoneiros foram os que ajudaram no crescimento de Pato Branco e não
caberia aqui todos os nomes deles.
No local
aonde esta localizada a Rodoviária de Pato Branco instalou-se no final dos anos
50 a serraria do Senhor Mordarski, que ficou instalada por mais de 10 anos,
depois no mesmo local foi instalada a serraria do Senhor Graciano Camozzato e
Vandrili Teli funcionando até o começo dos anos 80, esta ultima serraria vendia
a madeira para exportação, ela era transportada até Porto Alegre e depois para
fora do País.
Nessa época
até as donas de casa não necessitavam de relógio, pois as 10 horas da manhã os
locomoveis das serrarias apitavam, e essa era a hora de começar a preparar o
almoço. As 12 horas novamente apitava e ai arrumava-se a mesa, pois o almoço
já estava pronto.
Assim as
serrarias deram um grande impulso a Pato Branco e a toda região do Sudoeste do
Paraná.
Hoje em dia
quando Pato Branco esta comemorando a chegada dos seus 60 anos , não existe
mais ou são escassas as serrarias, a não ser as pequenas serrarias como a de
Osvaldo Ruaro ( O nego).
Hoje as poucas serrarias existentes
são movidas a eletricidade , não tendo mais os apitos peculiares que pareciam
trens.
texto de Alexsander Guerios e Olaumir Pedro Guerios (Tio Tuka).