por Robson Pereira
Nós, dessas bandas do sertão paranaense, em geral quando nos referimos a algo que é antigo, ultrapassado, ou apenas muito velho, frequentemente dizemos que é “do tempo do Ari Pistola”. Porém a origem desse misterioso personagem ninguém conhece ao certo. Através de alguns relatos, causos em rodas de chimarrão, fofocas das comadres, histórias de nossos antepassados, conseguimos encontrar indícios de que talvez Ari pistola tenha de fato passado por Pato Branco.
caboclo conhecido por tirar pra lóke
os muléque baitola, se fincô em diversas
aventuras pelo sertão do Paraná
Um andarilho perdido nas
estadas empoeiradas do sudoeste paranaense, assim Ari Pistola era visto
pelas redondezas. Um “Cowboy fora- da -lei” vivendo em um “Faroeste
Caboclo”. Um sujeito magro, quarenta e poucos anos de idade, usava um
vasto bigode que de longe parecia uma raposa.
Lá pelas capoeiras de
Clevelândia, Ari, como era chamado por seus velhos amigos de empreitada,
vivia baleado, por cachaça e por pólvora. Andava mancando devido a um
balaço que tomara na perna esquerda, durante uma briga em um velório.
Nunca se separava de sua pistola que pendurava no cinto. Trajava roupas
velhas e sujas devido aos sofridos trabalhos na roça. Não se considerava
um agricultor pois apenas fazia umas empreitadas para comprar munição
para a pistola, cachaça pra carcaça e presentes para Carminda, uma moça
com quem dava umas “macaquiada” de vez em quando. Carminda morava em
Mariópolis, então Ari se sumia para aquelas bandas no fim de semana.
Ari um verdadeiro pistoleiro, “apagava” somente quem merecia, era pobre
mas tinha dignidade. Vivia envolvido em brigas nas bodegas da cidade
onde nenhuma lei imperava. Seu grande amigo bastião, companheiro de
roçadas, lhe vendera a pistola, pela qual Ari tinha tanto zelo, os dois
sempre estavam tomando uma cuia de chimarrão em baixo das árvores depois
do trabalho. Há boatos de que certa vez Ari e Bastião envolveram-se em
uma briga na bodega do velho Vardivino e os dois sozinhos deixaram 2 sem
os dentes e 5 baleados, os sujeitos perderam no jogo de baralho e se
recusaram a pagar, então Ari e bastião tomaram as devidas providencias.
Bastião resolveu ir embora para Santa Catarina, fizeram a última
empreitada, roçaram um grande terreno cheio de inço, repartiram 1000
cruzeiros pra cada e cada um seguiu seu rumo, depois é claro do último
trago de cachaça quente. Ari Pistola comprou um cavalo velho, se
despediu de Carminda e disse que procuraria trabalho em uma Cidade
vizinha com nome de Pato Branco.
Ao
chegar naquele modesto vilarejo, Ari olhou pra todo lado mas não achou
nem um lago muito menos patos, não entendeu nada, Pato Branco???. Só se
via mato pra todo lado, Ari acabara de chegar na cidade passando por um
trecho onde alguns anos mais tarde seria chamado de “Rasga Diabo”.
Desceu um morro dos infernos e encontrou finalmente a civilização.
Amarrou o cavalo em uma árvore perto do bar e foi entrando. Ao passar
pela porta já viu 3 jagunços que o encararam, estes indivíduos eram
contratados pela CITLA - Clevelandia Industrial Territorial Ltda - companhia metida a grilar terras dos
colonos. Antes de Ari pedir um trago, um deles mandou ele se retirar
dizendo que lugar de vadio era carpindo lote. Ari que não levava
desaforo pra casa pegou a pistola e baleou o falastrão na testa e pra
garantir o bem estar de sua integridade física aproveitou o embalo e
mandou pro inferno os outros dois também.
Ari pistola ficara
acampado em uma pensão muito conhecida na região, Pensão da Dona
Etervina, uma viúva que alugava os quartos do velho casarão para
forasteiros e trabalhadores da região. Diziam as más línguas que a
tapera era mal assombrada, havia relatos de que na madrugada eram visto
vultos no andar superior do estabelecimento. Ari era destemido, mas não
descartava a hipótese de haver algo estranho na casa. Depois de algumas
horas já estava em seus aposentos descansando, era madrugada, Ari ouviu
barulhos estranhos no corredor, resolveu pular do beliche e averiguar o
local. Ari pistola abriu a porta, que por sinal era muito velha, fez um
barulho estridente devido à ferrugem nas dobradiças.
Um velho homem,
careca, andava vagarosamente pelo corredor segurando um lampião, já
tinha passado pelo quarto onde se encontrava Ari, o velho desceu as
escadas em direção ao primeiro andar. Ari pistola resolveu voltar ao
descanso, pois amanhã iria em busca de uma roçada pra fazer. Na manhã
seguinte Ari tomava seu café preto e fumava seu paieiro e questionou
Dona Etervina a respeito do velho que avistara no corredor, Ari ficara
espantado quando a velha lhe disse que ele era o único hóspede no hotel,
Ari logo falou as caracteristicas do sujeito misterioso. Etervina ficou
assustada pois Ari descrevera um idoso que ano passado havia se
enforcado no quarto dos fundos do segundo andar. Sem pensar duas vezes
Ari subiu as escadas com rapidez, em menos de 15 minutos já estava na
estrada com suas trouxas amarradas ao cavalo velho, caiu na estrada para
procurar serviço.
Um andarilho perdido nas estadas empoeiradas do sudoeste paranaense, assim Ari Pistola era visto pelas redondezas. Um “Cowboy fora- da -lei” vivendo em um “Faroeste Caboclo”. Um sujeito magro, quarenta e poucos anos de idade, usava um vasto bigode que de longe parecia uma raposa.
Lá pelas capoeiras de Clevelândia, Ari, como era chamado por seus velhos amigos de empreitada, vivia baleado, por cachaça e por pólvora. Andava mancando devido a um balaço que tomara na perna esquerda, durante uma briga em um velório. Nunca se separava de sua pistola que pendurava no cinto. Trajava roupas velhas e sujas devido aos sofridos trabalhos na roça. Não se considerava um agricultor pois apenas fazia umas empreitadas para comprar munição para a pistola, cachaça pra carcaça e presentes para Carminda, uma moça com quem dava umas “macaquiada” de vez em quando. Carminda morava em Mariópolis, então Ari se sumia para aquelas bandas no fim de semana.
Ari um verdadeiro pistoleiro, “apagava” somente quem merecia, era pobre mas tinha dignidade. Vivia envolvido em brigas nas bodegas da cidade onde nenhuma lei imperava. Seu grande amigo bastião, companheiro de roçadas, lhe vendera a pistola, pela qual Ari tinha tanto zelo, os dois sempre estavam tomando uma cuia de chimarrão em baixo das árvores depois do trabalho. Há boatos de que certa vez Ari e Bastião envolveram-se em uma briga na bodega do velho Vardivino e os dois sozinhos deixaram 2 sem os dentes e 5 baleados, os sujeitos perderam no jogo de baralho e se recusaram a pagar, então Ari e bastião tomaram as devidas providencias. Bastião resolveu ir embora para Santa Catarina, fizeram a última empreitada, roçaram um grande terreno cheio de inço, repartiram 1000 cruzeiros pra cada e cada um seguiu seu rumo, depois é claro do último trago de cachaça quente. Ari Pistola comprou um cavalo velho, se despediu de Carminda e disse que procuraria trabalho em uma Cidade vizinha com nome de Pato Branco.
Muito Boa a História, queremos mais!!!!
ResponderExcluirConta mais!!
ResponderExcluirMuito bom!!! Parabéns!!!
ResponderExcluirLembro-me de quando criança aqui em Santo Antonio do faroeste (hace tiempo) que minha mãe dizia: "do tempo do Ari Pistola!"
Na verdade não era muito tempo, sou do 1963.
O mais interessante é que de toda a literatura que li sobre a Revolta de 57 (não são poucos), jamais vi citarem esta criatura.
Sou fã dele!!!
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