"Sobre as araucárias,
os quero-quero não sobem galhos,
eu sinto ali as geadas,
com sabor de doces orvalhos...
Olho nos olhos do povo,
o sonho dessa gente,
faz brotar um mundo novo
Mata das Araucárias (fonte UFF):
Como o próprio nome indica, a árvore predominante na
paisagem é a gimnosperma Araucaria angustifolia, o pinheiro-do-paraná (Figura 3). Somada a este, a vegetação é
constituída também por arbustos, como samambaias e xaxim, e gramíneas. Estudos
revelam a existência de nove variedades de araucárias, ocorrendo em diferentes
associações com espécies vegetais de grande importância econômica, como a
imbuia, a canela lageana, o pinheiro-bravo e a canela
sassafrás. Neste bioma, encontramos o mate (erva-mate), que apresenta grande
importância econômica, principalmente para a população do Sul do país que a
utiliza na preparação do chimarrão. Esta última também tem valor ambiental,
pois é explorada no sub-bosque da floresta (Copobianco,
2007).
O clima da região é temperado, as
estações são bem delimitadas: verões razoavelmente quentes e invernos bastante frios,
com geadas freqüentes. As precipitações atmosféricas são regulares e
abundantes. As copas das árvores não formam uma camada contínua, como ocorre na
floresta Amazônica e na mata Atlântica. E, por serem mais abertas, são menos
úmidas dos que as florestas pluviais tropicais (da Silva Júnior & Sasson,1995;
Paulino, 2002; Uzunian & Birner,
2001).
Os pinheiros podem ter troncos com um metro de diâmetro e
atingirem 25 a
30 metros
de altura. Só se vê ramificações no topo da árvore, o que lhe dá um aspecto de
guarda-sol. Isso ocorre pelo fato de os ramos mais baixos, que ficam na sombra,
serem eliminados, pois a araucária é heliófila, ou
seja, uma planta de sol. Suas sementes, os pinhões, são um rico alimento para
muitos animais e para o homem (da Silva Júnior & Sasson,1995).
Localiza-se no sul do Brasil, estendendo-se pelos estados do
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse bioma foi intensamente devastado,
de modo que, atualmente, a porcentagem de mata preservada não chega a 2% (Uzunian & Birner, 2001).
Deste pouco que restou das matas de araucárias, apenas 40.774 hectares se
encontram legalmente protegidos em 17 Unidades de Conservação, perfazendo um
total de 0,22% da área original Copobianco,
2007).
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